quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Violência Sexual contra crianças e adolescentes

Olá! Graça e Paz a todos. Hoje quero compartilhar informações importantes sobre o tema "Violência Sexual contra crianças e adolescentes". Na próxima segunda-feira (22), às 19h30, teremos na Novo Começo uma palestra, seguida de roda de conversa com a psicóloga Larissa Marques, especialista no assunto. Todos que estão em Montes Claros são convidados. A entrada é franca.

Bom, a maior sensibilização da população brasileira quanto ao tema "Violência Sexual contra crianças e adolescentes", vem refletindo no aumento do número de telefonemas e de denúncias, ou seja, mais conhecimento significa  mais denúncias.
A dificuldade em diagnosticar o abuso sexual não deve desanimar os responsáveis pela proteção da criança. Por isso, a prevenção é a melhor forma de evitar o abuso sexual!

VIOLÊNCIA SEXUAL: é uma grave violação dos direitos sexuais, porque abusa e/ou explora do corpo e da sexualidade. A violência sexual pode ocorrer de duas formas: a) abuso sexual e b) exploração sexual

a) Abuso Sexual: Pode acontecer dentro ou fora da família (intra ou extra familiar). É a utilização do corpo de uma criança ou adolescente, por um adulto ou adolescente, para a prática de qualquer ato de natureza sexual. Pode incluir desde carícias, manipulação da genitália, mama ou ânus, exploração sexual, "voyeurismo", até o ato sexual com ou sem penetração, com ou sem violência física.

b) Exploração Sexual: É a utilização sexual de crianças e adolescentes com a intenção do lucro ou troca, seja financeiro ou de qualquer espécie. Na exploração sexual são usados meios de coação ou persuasão, podendo haver um intermediário, que age como aliciador. É por isso que se diz que a criança ou adolescente foi explorada, e nunca prostituída, pois ela é vítima de um sistema explorador. A exploração sexual pode acontecer de quatro formas: 1) redes de prostituição; 2) pornografia; 3) redes de tráfico de pessoas e 4) turismo sexual. O uso comercial de crianças com objetivos sexuais envolve um mercado que movimenta bilhões de dólares por ano, onde crianças e adolescentes são mercadorias de grande valor.

O que é Estupro: situação em que ocorre penetração vaginal com uso de violência ou grave ameaça, sendo que, em crianças e adolescentes de até 14 anos, a violência é presumida.
O que é Incesto: relação de caráter sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente quando existe um laço familiar, direto ou não, ou mesmo uma relação de responsabilidade.
O que é Assédio Sexual: é utilizada, na maioria das vezes, a posição de poder do agente sobre a vítima, que é chantageada e ameaçada pelo agressor.

A desinformação, a promiscuidade, o abuso de álcool e drogas e sobretudo uma relação de poder, são condições que favorecem ou determinam o abuso sexual.

Alguns Dados
▶90% das gestações em jovens com até 14 anos foram fruto de incesto, sendo o autor, na maioria das vezes, o pai, o tio ou o padrasto.
▶90% das vítimas são abusadas por pessoas que elas conhecem, confiam e amam.
▶50% das vítimas de abuso podem se tornar abusadores.
▶Em apenas 40% dos casos há evidências físicas de abuso, quando isso ocorre, pode ser identificado por lesões físicas, hematomas, ruptura do hímem, equimose, marcas de mordidas, lacerações anais e outras. A magnitude das lesões está associado à gravidade do ato sexual.
▶Durante uma vida, um pedófilo ativo em média abusa de 260 crianças ou adolescentes.
▶Estudos indicam que a mentira sobre o abuso sexual por parte da criança e do adolescente não ultrapassa os 6%
▶No Brasil, 165 crianças ou adolescentes sofrem abuso sexual por dia ou 7 a cada hora.
▶O agressor é uma pessoa comum da sociedade.
▶Pais e mães que trabalham fora, ausentando-se durante o dia, podem contribuir também para a facilitação do abuso sexual.

A pornografia e a prostituição de crianças e adolescentes estão intimamente ligadas à pedofilia.
Sobre a PEDOFILIA, é uma psicopatologia, uma perversão sexual com caráter compulsivo e obsessivo, em que adultos apresentam uma atração sexual, exclusiva ou não, por crianças e adolescentes que ainda não atingiu a puberdade. Alguns consideram a pedofilia uma síndrome. O pedófilo é um indivíduo aparentemente normal, inserido na sociedade. Costumam ser "pessoas acima de qualquer suspeita". Geralmente ele não pratica atos de violência física contra a criança. Age de forma sedutora, conquistando a confiança da criança, mas pode se tornar violento. O abusador é um perverso e faz parte da sua perversão enganar a todos. Para ele, enganar é tão excitante quanto a prática do abuso. O pedófilo, pelo seu caráter compulsivo e obsessivo, tende a continuar a sua atuação quando libertado. É importante lembrar que o pedófilo geralmente procurará atuar onde há concentração de crianças ou adolescentes: escolas, creches, áreas de lazer e etc. A internet, por ser um meio de econômico, rápido e sigiloso, de comunicação universal, vem favorecendo de forma assustadora a atuação dos pedófilos.

É importante dizer que o acompanhamento psicológico de uma criança ou adolescente abusado é indispensável. Esse acompanhamento deve ser entendido como específico deste trauma, ou seja, não basta enviar a criança a um psicólogo, é necessário que a família procure um profissional especializado em abuso sexual contra criança e adolescentes.

Meninas que são sexualmente abusadas por seus parentes são levadas, muitas vezes, a sentir que a culpa foi delas ou que foram elas quem "provocaram a situação". Um abuso infantil fornece às crianças informações errôneas sobre relacionamento entre adulto e crianças. É um relação que envolve poder(abusadores) e conhecimento desigual (crianças). Consequentemente, pode ser difícil para as crianças voltarem a confiar em alguém, e isso pode gerar problemas graves em seus relacionamentos sociais e sexuais na vida adulta.

Comportamentos que podem ser observados em crianças/adolescentes abusados sexualmente: altos níveis de ansiedade; imagem corporal distorcida; baixa auto-estima; sentimento de menos valia; distúrbios no sono (sonolência, pesadelos); distúrbios na alimentação (perda ou excesso de apetite); distúrbios de aprendizado; enurese noturna (urinar na cama); comportamento muito agressivo, apático ou isolado; comportamento extremamente tenso em "estado de alerta"; regressão a um comportamento muito infantil; tristeza, abatimento profundo; comportamento sexualmente explícito (ao brincar, demonstra conhecimento inapropriado para sua idade); masturbação visível e contínua, brincadeiras sexuais agressivas; não confiar em adultos, especialmente as que lhe são próximos; não participar das atividades escolares, ter poucos amigos; faltar frequentemente a escola; relutância em voltar para casa; ideias ou tentativas de suicídio; autoflagelação; fugas de casa; dificuldade de concentração; choro sem causa aparente; hiperatividade; comportamento rebelde.

Mudanças súbitas e permanentes no comportamento de uma criança podem levar a suspeita de abuso sexual.

CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL
😢 sentimento de culpa
😢 sentimento de ser má, suja e de pouco valor
😢 perda de confiança em outras pessoas
😢 medo constante de sobre novo abuso
😢 somatizações frequentes
😢 depressão
😢 na vida adulta: dificuldade de relacionamento social e de conquistas profissionais, impotência sexual e frigidez, depressão, suicídio.

A banalização do sexo e a erotização precoce de crianças incentivada sobretudo pelos meios de comunicação vem agravando o problema. À medida que a sociedade admite essa estimulação sexual através dos meios de comunicação, incentiva de certo modo a atração sexual de adultos por crianças.

PREVENÇÃO DO ABUSO SEXUAL
Através da notificação aos órgãos competentes podemos romper o "muro do silêncio" que cerca o abuso sexual. O trabalho preventivo consiste na orientação sexual precoce. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prevenção classifica-se em: I) PRIMÁRIA, tem como objetivo a eliminação ou redução dos fatores sociais que favorecem a violência contra a criança. Compreende um trabalho informativo junto aos pais ou responsáveis sobre os processos de desenvolvimento de una criança ou adolescente; II) SECUNDÁRIA, tem como objetivo a detecção precoce de crianças e adolescentes em situação de risco. Atua em situações já existente. Inclui-se a capacitação de profissionais que lidam diretamente com crianças abusadas sexualmente e o atendimento direto à criança vitimizada e sua família; III) TERCIÁRIA, tem como objetivo o acompanhamento integral da vítima e do agressor através de atendimento médico, psicológico, social e jurídico.

O QUE OS PAIS DEVEM FAZER PARA PREVENIR O ABUSO SEXUAL E PROTEGER SEUS FILHOS:
💜 Estar bem informado sobre a realidade do abuso sexual contra crianças.
💜 Ouvir seus filhos e acreditar neles por mais absurdo que pareça o que estão contando.
💜 Dispor de tempo para seu filho e dar-lhe atenção.
💜 Saber com quem seu filho está ficando nos momentos de lazer. Conhecer seus colegas e os pais deles.
💜 Procurar informar-se sobre o que sabem e como lidam com a questão da violência e do abuso sexual os responsáveis pela creche, escola, pelos programas de férias. Faça o mesmo com seu pediatra, o conselheiro religioso, a empregada, a babá.
💜 Antes de tudo, falar com seu filho ou filha e lembrar-se que o abuso sexual pode ocorrer ainda nos primeiros anos da infância.

FALANDO COM SEU FILHO(A)
↘ entre 18 meses e 3 anos, ensine ele ou ela o nome das partes do corpo.
↘ entre 3 a 5 anos, converse com eles sobre as partes privadas do corpo (aquelas cobertas pela roupa de banho) e também como dizer não. Fale sobre a diferença entre "o bom toque e o mal toque".
↘ após 5 anos a criança deve ser bem orientada sobre sua segurança pessoal e alertada sobre as principais situações de risco.
↘ após 8 anos deve ser iniciada a discussão sobre os conceitos e as regras de conduta sexual que são aceitas pela família e fatos básicos da reprodução humana.

COMO DENUNCIAR
- Conselho Tutelar da sua cidade
- Delegacias especializadas ou comuns
- Dique Denúncia locais ou Disque 100¹
- Polícia Militar, Polícia Federal ou Polícia Rodoviária Federal

¹a ligação é gratuita e os serviço funciona diariamente de 08h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, num prazo de 24h.

Todas as medidas tomadas nos casos de violência sexual contra criança e adolescentes devem buscar atingir três objetivos: 1) proteger a criança ou adolescente; 2) avaliar, assistir e companhar médica, psicológica e socialmente a criança e sua família e 3) cumprir a lei para responsabilizar o aliciador e o abusador sexual.

É isso! Muita informação importante que precisamos saber e compartilhar. Espero que vocês reflitam na seriedade do assunto e sejam agente de compartilhamento de conhecimento. Tudo que puder ser feito para evitar que mais crianças e adolescentes sejam abusados é válido! Compartilhe esse texto com alguém que você conhece que tem filho(a)s ou que lida diretamente com crianças. Oro para que você, através das informações obtidas aqui, consiga ser instrumento de Deus na vida de alguma criança na prevenção ou, no caso do abuso já ter acontecido, na denúncia.

Com carinho,
Jéssica Rodrigues


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